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#acaminhodofaroeste
Há cerca de dois anos, no Algarve, fomos avisados dentro de uma discoteca que um colega nosso tinha levado um estalo do porteiro da discoteca. Logo saímos em auxílio do nosso colega, mas mesmo sendo muitos a nossa preocupação era perceber o que se passou e nunca a violência. Vejo dois grupos de intervenção da PSP, um com ele e outro a explicar o que se passara, sendo que no meio deste último grupo de imediato se virou para mim um polícia e diz as seguintes palavras: ‘você e o seu colega já tinham sido avisados que não entravam’. Naquele momento, numa tremenda calma natural disse ao senhor agente: ‘como não entrava, se eu acabei de sair de lá… quer ir comigo perguntar na entrada?’ Vi que ele ali receou… entretanto o tal meu colega dá um murro no caixote do lixo e diz o polícia: ‘está a ver?’ A minhas palavras foram imediatas: ‘Prendam-no! Não estão aqui para fazer cumprir a lei? Se ele está a provocar desordem, atuem, porque vocês podem fazê-lo, mas nem os senhores nem o segurança podem bater. Se alguém for inconveniente, já que os senhores estão cá sempre, o que acho muito bem para a segurança dos turistas, os porteiros só têm que os chamarem e não fazer justiça pelas próprias mãos.’ Naquele momento, um graduado puxou o agente que falava comigo para trás e disse:
‘Já vi que percebe de leis. Tem 6 meses para apresentar queixa.’ A minha resposta foi clara: ‘Não se trata de perceber de leis, mas trata-se de ser razoáveis nestas situações.’
Os últimos acontecimentos são arrepiantes. Já muito se falou sobre os últimos episódios após o jogo que sagrou o Benfica campeão em Guimarães, já muito se disse em desfavor de algumas atitudes e a favor de outra (o polícia que abraçou o garoto), mas há duas questões que me surgem neste momento: os polícias andam com excesso de pressão ou Os polícias (alguns) consideram-se os melhores do mundo porque têm uma farda?
Estas são as perguntas que me surgem e me levam a colocar outra: O que se poderá fazer para alterar isto?
As atitudes registadas em Guimarães mais pareciam de um segurança de discoteca. É claro que há seguranças com muito nível, mas durante anos a imagem que se tinha destes indivíduos era que ninguém podia respirar mais alto junto deles porque levava logo um soco. Pensavam com os músculos. Eram, pois, mal formados e sentiam necessidade de extravasar ‘as merdas’ que metiam para inchar os corpos mais depressa ou só para competir uns com os outros.
Ora, o mesmo comportamento não se pode esperar de um polícia. Há testes psicológicos rigorosos para entrar para a academia. Uma vez lá dentro, há formação que os prepara para as diversas situações conflituosas, sobretudo não perder a calma em momentos de tensão, porque todos sabemos que nesses momentos basta um fósforo que tudo arde.
Já não admito, enquanto cidadão, este comportamento à porta de um bar, quanto mais à Polícia que tem de ser de Segurança Pública. A Polícia tem de ser a primeira a acabar com tensão e nunca a primeira a começar.
O mesmo, na minha ótica, tem de fazer qualquer segurança à porta de um estabelecimento comercial. Se devem atuar? Claro que sim, mas só para evitar confusões ou manter a ordem.